Janeiro Roxo reforça estratégias de prevenção à hanseníase

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, realiza a mobilização para o ‘Janeiro Roxo’, com o tema “Hanseníase tem cura”, mês alusivo à intensificação de ações de prevenção à doença. Este ano, a mobilização será de recomendações em torno do agravo, devido às restrições de atividades causadas pela pandemia da Covid-19.

As mensagens da campanha reforçam a conscientização da população sobre a Hanseníase no Estado, sobretudo em relação ao estigma e discriminação da doença, sobre o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno como forma de eliminar fontes de infecção e interromper a cadeia de transmissão da doença. Este ano, a mobilização será de recomendações em torno do agravo, uma vez que as ações estão restritas em função da volta da pandemia.

“Nossas abordagens de reforço à prevenção incluem ainda as repercussões da incapacidade física e das deformidades causadas pela doença, que são as responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas que tem ou tiveram a enfermidade”, comenda o coordenador do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, Luiz Augusto.

No Pará, a cada 100 mil habitantes, a taxa de detecção da Hanseníase na população estadual foi de 18,78 em 2020 e em 2021, segundo dados parciais, foi de 14,87. A Sespa informa, ainda, que o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença são realizados na Atenção primária de saúde (UBS’s e Estratégia da saúde da família) e que os casos mais graves são encaminhados para a Unidade de Referência Especializada (URE) Marcello Candia, em Marituba. 

Ainda segundo Luiz Augusto, a população deve suspeitar quando apresentar sintomas, como manchas na pele que não coçam e não doem, além de manchas avermelhadas esbranquiçadas com perda de sensibilidade na pele e caroços. “Como uma pessoa suspeita em casa, é prudente que as Secretarias Municipais de Saúde examinem as outras pessoas que residem no imóvel para um melhor controle da doença e descoberta de novos casos precocemente. O exame dos contatos é uma forma de prevenir a doença”, acrescenta.

“Por isso, há necessidade de ampliar a divulgação da doença e a sensibilização na comunidade, e de oferecer capacitação aos profissionais de saúde sobre o manejo clínico dos doentes e da busca ativa de casos suspeitos”, explica Luís Augusto, ao considerar necessário alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde e mobilizar profissionais de saúde na busca ativa de casos, favorecendo assim, o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades.

Neste ano, a campanha será intensificada também por meio de capacitações regionalizadas, realizadas pela Sespa, e ações de educação em saúde realizadas em apoio aos municípios. No dia 26, a partir das 9 horas, haverá a abertura da campanha na Unidade Marcelo Cândia, em Marituba.  

Sobre a Hanseníase

A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade, atinge pele e nervos, e quando não tratada pode causar incapacidades físicas e deformidades. A doença acomete pessoas de qualquer sexo e idade. A transmissão se dá por meio de vias aéreas respiratórias (pelo ar), através do convívio prolongado com paciente sem o tratamento.

Principais sinais e sintomas são: lesões ou manchas na pele (esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas) com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato); formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência (a pessoa se queima ou se machuca sem perceber); áreas com diminuição dos pelos e do suor; diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés; edema de mãos e pés com arroxeamento dos dedos e ressecamento da pele.

O diagnóstico é essencialmente clínico epidemiológico, realizado por meio de exame da pele e dos nervos, para identificar lesões com alteração de sensibilidade e alterações motoras. O tratamento é realizado através da associação de medicamentos, fornecidos gratuitamente pelo SUS, disponíveis em qualquer unidade de saúde.Por Mozart Lira (SESPA)

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