IPCA: inflação oficial fica em 0,95% em novembro e chega a 10,74% em 12 meses

Puxado mais uma vez pela alta da gasolina, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, ficou em 0,95% em novembro, após ter registrado taxa de 1,25% em outubro, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de ter desacelerado ante outubro, foi a maior variação para um mês de novembro desde 2015 (1,01%).

Com o resultado, a inflação acumula alta de 9,26% no ano e de 10,74% nos últimos 12 meses, acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (10,67%).

O destaque mais uma vez foi a alta da gasolina (7,38%), que contribuiu com o maior impacto individual no IPCA do mês (0,46 ponto percentual), respondendo por praticamente metade da taxa de inflação do mês.

A mediana de 37 projeções de consultorias e instituições financeiras compiladas pelo Valor Data apontava para uma taxa de 1,1% em novembro. No acumulado em 12 meses, a mediana das estimativas indicava alta de 10,9%.

Entenda como a inflação é calculada

Previsão de estouro da meta também em 2022

Na última pesquisa Focus do Banco Central, os analistas do mercado financeiro aumentaram para 10,18% a expectativa para a inflação de 2021. Confirmada a previsão, essa será a primeira vez que a inflação atinge o patamar de dois dígitos desde 2015 — quando o IPCA somou 10,67%. Em 2020, a inflação foi de 4,52%.

O centro da meta de inflação em 2021 foi fixado em 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Mas o próprio BC já admitiu oficialmente que a meta não será cumprida neste ano.

Para 2022, o mercado financeiro subiu para 5,02% a estimativa de inflação. A meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Portanto, o mercado agora prevê o estouro da meta pelo segundo ano seguido.

Em meio à pressão inflacionária, o Banco Central elevou nesta semana a taxa básica de juros para 9,25% – o maior patamar em mais de 4 anos.

Para o fim de 2022, os economistas do mercado financeiro projetam uma Selic a 11,25% ao ano. Mas diversas casas já estimam os juros chegando a 11,75% ao ano no final do 1º trimestre do ano que vem.

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