O sistema de transporte de São Luís sofreu um grande impacto com a pandemia que, somado ao fim do auxílio às folhas de pagamento federal e à subida vertiginosa dos combustível, entrou em colapso financeiro.
A crise é tamanha que o serviço opera com um déficit mensal acumulado de R$ 6 milhões e muitos empresas já não conseguem cobrir custos básicos, como pagamento da folha salarial e compra de combustíveis.
De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), Paulo Pires, a situação dramática foi repassada reiteradas vezes ao governo municipal e várias tentativas de realinhamento foram sugeridas.
A partir de agosto deste ano, diversas empresas não conseguiam sequer arcar com seus compromissos mais básicos, como pagamento de salários e compra de combustíveis. “Por sua vez, os trabalhadores estavam há quase dois anos sem correções salariais e demandaram em um momento de incapacidade de qualquer ajuste”, ressaltou Pires.
O diretor-executivo do SET frisou que em meio a um cenário tão desfavorável, formou-se a tempestade perfeita e atualmente o setor amarga um prejuízo de mais de R$ 6 milhões por mês.
“Ainda assim, nenhum auxílio foi dado, até o momento. A necessidade do equilíbrio econômico se acumulou e está impossibilitando as operações, já que, ao contrário de outras atividades de transporte, não temos o poder de repassar aumento de custos para os produtos”, ponderou.
Paulo Pires acrescentou que durante a greve do transporte, que nesta quarta-feira (27) completou sete dias consecutivos, com consequências extremamente danosas para a cidade, a importância vital do serviço é percebida, pois com a ausência de ônibus nas ruas todos perdem muito.
Paulo Pires faz uma breve explanação sobre a as receitas das empresas concessionárias das linhas de transporte. Ele explica que hoje o sistema é financiado, na sua maioria, pelo vale-transporte e informa que apenas 30% dos usuários são pessoas que compram passagens “avulsas”, ou seja, quem mais se beneficia da baixa tarifa são as outras atividades econômicas, como comércio, supermercados, construtoras, serviços e Industrias.
“Resumindo, as empresas de transporte estão subsidiando, com sua própria falência, outros setores da economia”, lamentou.27
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