O ex-assessor do Ministério da Saúde Marcelo Blanco disse nesta quarta-feira (4) na CPI da Covid que a intenção dele ao entrar em contato com a empresa Davati era negociar doses de vacina para o mercado privado.
Blanco, que é militar, entrou na mira da comissão após ter participado de jantar no qual teria havido um pedido de propina de US$ 1 em troca da aquisição da vacina AstraZeneca. Ele era subordinado no Ministério da Saúde a Roberto Ferreira Dias, suposto autor do pedido de propina.
“O meu intuito em relação ao senhor Dominghetti se restringia ao desenvolvimento de um possível mercado de vacinas para o seguimento privado, assunto que estava em discussão pela sociedade civil por meio de interesse de grandes grupos econômicos brasileiros”, afirmou Blanco à CPI.
“Cabe salientar que eu nunca ajudei a elaboração de documentos apresentados pelas empresas também não intermediei o envio de tais documentos junto ao Ministério da Saúde simplemente orientamos a utilizar os meios oficiais conforme pode ser constatado em conversa do dia 10 de fevereiro de 2021 com o senhor Dominguetti, da mesma forma nunca acompanhei representante de qualquer empesa em visitas ao Ministério da Saúde ou qualquer órgão público”, completou Blanco.
Blanco disse que via em Dominghhetti um potencial parceiro para negociar vacinas no mercado privado.
“ Eu prospectava na figura do Dominghetti, até porque eu estava sendo conhecimento dele, eu prospectava que ele poderia ser um possível parceiro comercial na iniciativa privada, está claro em várias mensagens que eu coloquei aí, então, é uma coisa absolutamente estanque da outra”.
Senadores contestaram a fala do coronel da reserva e ressaltam que, à época das negociações, sequer havia o projeto que autorizaria a venda de vacinas para o mercado privado.