Um estudo com 182 amostras coletadas em fevereiro identificou a variante P.1, originária do Amazonas, em 60% dos casos de Covid-19 em São Luís. A pesquisa foi realizada pela empresa de medicina diagnóstica Dasa, que fez a coleta em pacientes que fizeram testes da Covid-19 por meio do exame molecular de RT-PCR.
*Obs: Na publicação da reportagem, foi informado que as amostras tinham sido coletadas em diversas regiões do Maranhão. No entanto, às 17h34, a assessoria de comunicação da empresa Dasa corrigiu a informação e disse que as amostras foram coletadas apenas em São Luís. A matéria foi atualizada às 18h17.
“Ao correlacionar o estudo da nova linhagem que teve origem em Manaus, entre essas 182 amostras, com o aumento de incidência de casos de COVID-19 no país todo, podemos sugerir que a P.1 seja altamente transmissível e que apresentou maior prevalência que a variante do Reino Unido (B.1.1.7)”, explica Gustavo Campana, diretor médico da empresa Dasa.
A variante P1, segundo as primeiras pesquisas, é mais transmissível e pode causar reinfecção da Covid-19. No início de março, o vice-diretor de pesquisa da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, afirmou que, entre todas as linhagens de coronavírus circulando atualmente, poucas são tão preocupantes como a variante descoberta no Amazonas.
O que se destaca nessa variante é o fato dela ser mais transmissível e conter uma carga viral elevada, o que provoca um aumento no número de casos e, consequentemente, de mortos.
Segundo Felipe Naveca, o alto índice da presença da variante P1 reforça a importância das medidas de prevenção: uso de máscaras, higienização das mãos com álcool gel 70% e, sempre que possível, manter o isolamento social para frear a disseminação do vírus, mesmo para as pessoas que já foram vacinadas.