Prefeito de Manaus diz que vai proibir publicação de fotos de vacinação contra Covid-19 nas redes sociais

O prefeito de Manaus, David Almeida, afirmou nesta terça-feira (19) que vai proibir a publicação de fotos de quem recebeu a vacina contra a Covid-19 nas redes sociais. A medida prefeito surge depois que parentes de empresários locais postaram fotos sendo vacinados, o que fez com despertou suspeitas de que parte do imunizante teria sido desviada. O Ministério Público do Amazonas está investigando as denúncias.

“Nós estamos, agora mesmo, nós vimos na rede social muitos servidores postando que foram vacinados. A secretária está neste momento, a outra secretária, a secretária executiva que estava aqui ao lado, uma portaria proibindo a divulgação em rede social dentro das unidades. Se você se vacinou, fique para você. Você não precisa compartilhar na rede social. Essa é a determinação, esse é o pedido”, afirmou o prefeito David Almeida.

A principal acusação envolve as médicas Gabrielle Kirk Lins e Isabbele Kirk Lins, vacinadas neste primeiro dia de imunização. A família das médicas é dona de hospitais e universidades particulares em Manaus, entre outros negócios.

“Aquelas duas jovens médicas que foram vacinadas e postaram na rede social, hoje, que inclusive está sendo objeto de muita polêmica, elas estavam de plantão. Elas estavam trabalhando. Elas estavam atendendo as pessoas no consultório. Essa é a verdade”, afirmou o prefeito na live.

Em nota sobre a vacinação das médicas, a prefeitura informou que “não há nenhuma irregularidade, uma vez que se encontram nomeadas e atuando legitimamente no plantão da unidade de saúde, para a qual foram designadas, em razão da urgência e exceção sanitárias, estabelecidas nos primeiros 15 dias da nova gestão.”

Em outra nota, a prefeitura detalhou que tem 120 médicos afastados e um grupo de dez profissionais – entre eles as médicas citadas – foi convidado para ajudar na Secretaria Municipal da Saúde, no grupo que traça o plano emergencial de enfrentamento à Covid. O grupo teria atuado desde o dia 4 de janeiro em UBSs.

Ainda segundo a prefeitura, as nomeações dos médicos desse grupo aconteceram somente no dia 18 de janeiro por conta do alto volume de atos de nomeação, que naturalmente ocorrem no começo das novas gestões municipais.

A prefeitura informou que não houve publicação de decreto ou de portaria para regular o registro de imagens no ato da vacinação.

Listas nominais

A Procuradora de Justiça Silvana Nobre Cabral, coordenadora do Grupo de Covid-19 montado pelo Ministério Público, informou que o órgão está investigando a vacinação em grupos que não são prioritários, mesmo se tratando de profissionais de saúde.

Os Ministérios Públicos do Estado do Amazonas (MPAM), de Contas (MPC) e do Trabalho (MPT), em conjunto com as Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado (DPE), recomendaram ao governo do Amazonas e à prefeitura de Manaus que recebam as doses, com prioridade, os profissionais de Saúde que estão em situação de maior vulnerabilidade à doença como, por exemplo, os profissionais idosos, que apresentam comorbidades, considerando o risco de exposição a que eles estejam expostos em razão das suas atividades.

Em nota, o Ministério Público informa que os órgãos de controle consideraram que o número insuficiente de doses obriga que seja feita a seleção de trabalhadores de saúde que receberão a vacina em forma de listas nominais, previamente elaboradas pelos gestores das unidades, contendo as informações sobre os critérios de prioridade e risco, obedecendo os princípios de impessoalidade e eficiência, sob pena de ocorrência de caracterização de improbidade administrativa.

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