O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 3ª feira (17.nov.2020) que o governo brasileiro revelará nos próximos dias uma lista de nações que importam madeira brasileira de forma ilegal. “Aí sim mostramos que muitos dos países que criticam têm responsabilidade nessa questão”, declarou a líderes da Rússia, China, Índia e África dos Sul na abertura da 12ª Cúpula do Brics, por videoconferência.
Antes de começar a ler o discurso que preparou, voltado à pandemia, Bolsonaro criticou os países que condenam o Brasil por não preservar a Amazônia. A transmissão do presidente teve problemas técnicos nesse momento. Com isso, os líderes de outros países não o escutaram nos minutos iniciais, e o presidente precisou repetir a mensagem.
“Apenas uma coincidência. Quando falei sobre a madeira da Amazônia, o sinal caiu. Com toda certeza, apenas uma coincidência”, disse Bolsonaro.
O presidente declarou que houve “politização do vírus” e “1 pretenso monopólio do conhecimento” pela OMS (Organização Mundial da Saúde) na pandemia de covid-19. “Não foram os organismos internacionais que superaram desafios, mas, sim, a coordenação entre nossos países”, afirmou. Completou dizendo que, no Brasil, “as instituições nacionais e os dedicados profissionais da área médica e farmacêutica que responderam aos desafios e combateram o vírus”.
“[A OMS] necessita urgentemente, sim, de reformas”, declarou o presidente. Ele também defendeu reformas na OMC (Organização Mundial do Comércio) e do CSNU (Conselho de Segurança das Nações Unidas).
O presidente afirmou que a pandemia impôs desafios à estabilidade nacional. “O Brasil lutará para que prevaleça num mundo pós-pandemia 1 sistema internacional pautado pela liberdade, transparência e segurança”. Defendeu que as nações respeitem a soberania dos outros países.
Bolsonaro declarou que o Brasil está “em perfeita sintonia” com os outros países do Brics em relação ao combate ao terrorismo e à busca por uma vacina segura e eficaz contra covid-19. E disse que o Brasil busca e trabalha por 1 imunizante próprio.
Anteriormente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a Índia e a China podem começar a produzir a vacina russa Sputnik V e recomendou que os Brics criassem rapidamente 1 centro de pesquisa para estudar e desenvolver imunizantes. “É muito importante concentrar esforços para produzir em massa, em ampla circulação civil”, disse.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, endossou a proposta do russo. O presidente da China, Xi Jinping, também citou a parceria com a Rússia e com o Brasil para os estudos em torno da vacina chinesa.
Discursos dos líderes
O encontro virtual entre os chefes de Estado do Brasil, da Rússia, Índia, China e África do Sul começou com o discurso do presidente da Rússia, Vladimir Putin, seguido pelas declarações de Narendra Modi, primeiro-ministro indiano, Xi Jinping, presidente chinês, e Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano. Bolsonaro foi o último a discursar.
Os líderes abordaram, entre outros assuntos, a pandemia de covid-19, a descoberta e a distribuição de uma vacina contra a doença, o estreitamento de laços entre os países, a recuperação da economia mundial, o combate ao terrorismo e as reformas em organismos internacionais, como o CSNU.
Putin também deu os parabéns à China pelas ações do país no combate à pandemia. “É 1 ótimo exemplo para outros países”, disse.