O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avalia que a retomada do sistema antigo de apuração de votos nas eleições teria um custo de ao menos de R$ 100 milhões. Além disso, segundo técnicos do tribunal, não haveria tempo para fazer a mudança já no segundo turno das eleições deste ano, no próximo dia 29.
Até a eleição anterior, os boletins das urnas eram transmitidos para os computadores dos tribunais regionais eleitorais, que totalizavam os votos e enviavam o resultado para o TSE. Neste ano, o tribunal mudou o procedimento e centralizou a totalização dos votos em Brasília.
De acordo com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a centralização dos votos no TSE foi uma recomendação da Polícia Federal, por razões de segurança. A mudança na apuração foi aprovada na gestão da ministra Rosa Weber na presidência do TSE.
Barroso afirmou que a centralização pode ter sido um dos motivos da demora para a contagem dos votos neste domingo (15).
“É até possível que a centralização no TSE tenha sido a causa da lentidão, estamos estudando. Mas foi decisão técnica decorrente de recomendação da PF e, embora tenha dito que não tinha simpatia pela medida, eu também a teria tomado, porque era recomendação técnica de relatório minucioso da PF a esse respeito”, afirmou Barroso.
O ministro também relatou um problema técnico provocado por uma falha em um dos núcleos de processadores do supercomputador que processa a totalização.
Segundo Barroso, houve um atraso de cerca de três horas na divulgação dos resultados.
Custo
De acordo com o TSE, seria necessário um investimento de R$ 100 milhões para retomar o antigo processo de totalização de votos, além de um custo de manutenção anual de R$ 20 milhões. De acordo com o tribunal, a rede antiga, que estabelecia a totalização dos votos pelos TREs, foi desativada.
Os técnicos indicam ainda que não haveria tempo hábil para restabelecer esse modelo para o segundo turno das eleições, previsto para o próximo dia 29.