Pará mantém a redução média de 30% de crimes no mês de julho

A diminuição dos registros da criminalidade, alcançadas desde o início da atual gestão, se manteve neste mês de julho, em todo o Pará. O Estado vive na contramão dos demais do país que, mesmo com a pandemia e a suspensão de algumas atividades e o maior distanciamento social, a violência continuou em alta.

Os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que são homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, caíram 33% em todo o Estado, ao comparar o mês de julho de 2019 e 2020. No mesmo período de 2019, foram computados 256 registros contra 172 neste ano, resultando na preservação de 84 vidas. É a redução mais significativa comparando os meses de julho desde 2010, e com todos os outros meses dos últimos 10 anos. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (5), em entrevista coletiva à imprensa, pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). 

“No mês de julho demostramos que nós estamos atentos a todo Pará e não só a Região Metropolitana ou a certo ponto do Estado. Nós conseguimos manter uma queda que vínhamos trazendo na criminalidade, e reduzindo, pelo 19º mês consecutivo, a criminalidade desde janeiro de 2019, e no mês de julho de 2020 nós tivemos o melhor mês de toda linha histórica de que tem registro na Segup”, afirmou o secretário de segurança pública, Ualame Machado.

Ao comparar o mês de julho de 2019 com o mesmo período deste ano, observou-se a diminuição de 31% nos homicídios, com 240 casos computados no ano passado e 165 em 2020, resultando em 75 crimes a menos. 

Roubos – Os casos de roubos, em julho, apresentaram uma diminuição de 30%, com 2.128 casos a menos, no Estado. No ano passado, foram 7.044 registros computados e 4.916 em 2020. Esta foi a melhor redução alcançada no número de roubos no mês de julho dos últimos 10 anos. O roubo a transeunte diminuiu 29%, com 5.688 casos em 2019 e, neste ano, 4.011, apontando uma diferença no número absoluto de 1.677 roubos a transeuntes a menos, no Pará.

O roubo de veículos caiu 55% com 197 registros a menos, comparando janeiro a julho dos anos de 2019 e 2020, com 358 e 161 casos registrados, respectivamente, em todo o Pará. O roubo a coletivo alcançou a redução de 67% com 16 ocorrências a menos. No ano passado e neste ano, 24 e oito registros foram computados, respectivamente. 

“Desde janeiro de 2010 até julho de 2020 o mês de julho foi o mês com menor números de CVLI e também os últimos quatro meses são melhores no número de roubos. O que demonstra a assertiva da estratégia montada, da integração dos órgãos de segurança a utilização da inteligência de operações integradas para que a gente possa de fato combater a criminalidade da segurança da nossa população”, destacou Ualame.

Região Metropolitana de Belém

Os crimes de CVLI reduziram 29% no mês de julho, na Região Metropolitana de Belém. Foram registradas 45 ocorrências em 2019 e 32 esse ano, com 13 registros a menos. Esse foi o menor registro alcançado ao comparar todos os meses da linha histórica, ou seja, comparando o mês de julho dos outros anos e todos os meses desde 2010.

O homicídio reduziu 31% com 37 e 30 ocorrências computadas nos anos de 2019 e 2020, resultando na preservação de sete vidas. 

O roubo caiu 30% na RMB, no mês de julho. O total de ocorrências registradas no ano passado foi de 4.276 e em 2020 resultou em 2.780, com a redução de 2.128 roubos. O mês de julho de 2020 foi o que teve o menor número de registros ao comparar todos os meses de julho, desde o ano de 2010.

Dados acumulados – O Crime violento letal intencional teve uma diminuição de 40% nos sete primeiros meses do ano, na Região Metropolitana. Foram computadas 473 ocorrências no ano passado e 285 em 2020, preservando, assim, 188 vidas. O crime de homicídio reduziu 39% ao comparar o período de janeiro a junho de 2019 e 2020, na RMB. Foram computados 436 e 266 casos, ano passado e esse ano, respectivamente, havendo, portanto, a diminuição de 170 ocorrências, na RMB. Ao somar os crimes evitados desde o início desse ano, mais de 400 pessoas tiveram suas vidas preservadas.

Em toda a RMB, no período de janeiro a julho, houve a redução de 39% no número de roubos. Foram 30.661 ocorrências em 2019 e 18.786 em 2020, totalizando a redução de 11.875 registros. 

Mortes de agentes de segurança pública – Houve uma redução de 72,41% no número de homicídios de agentes de segurança pública ao comparar os anos de 2019 e 2020. No ano passado, 29 agentes perderam suas vidas no Estado, no período de janeiro a julho, e este ano, no período equivalente, oito.

Roubo a banco e ataques a carro forte – As medidas adotadas pelo sistema de segurança pública para o enfrentamento aos roubos às instituições bancárias na modalidade conhecida por “vapor” ou “novo cangaço” resultaram em uma diminuição de 69% no Estado, ao comparar o período de janeiro a julho de 2019 e 2020. No ano passado, foram 16 e esse ano cinco. Nos casos de roubos a carros de valores a redução alcançou 100%. Quatro casos foram registrados no ano passado, de janeiro a julho, no Pará, e esse ano nenhum.

Feminicídio – Os crimes de feminicídio aumentaram 87%, no Pará, com o acréscimo de 20 registros, ao comparar o período de janeiro a julho dos anos de 2019 e 2020. No ano passado, foram registradas 23 ocorrências e neste ano, 43. Para fazer denúncias sobre esses tipos de crimes e outros formas de violência, qualquer pessoa pode enviar mensagens para o whatsapp do Disque Denúncia (91) 98115-9181 ou ligar para 181. Se precisar de atuação policial imediata, basta ligar para o Centro Integrado de Operações (Ciop) 190.

“O feminicídio teve um aumento de forma nacional, no caso do Pará especificamente nós antecipamos com relação a isso, antes mesmo da pandemia nós lançamos o SOS Maria da Penha através da Polícia Militar que monitora aquelas pessoas que já têm a medida protetiva. Nós lançamos através do Disque Denúncia a Iara, um número de WhatsApp que a pessoa pode denunciar também, a Polícia Civil possibilitou que o registro da ocorrência seja feito de forma virtual sem a necessidade da pessoa ir até uma delegacia de polícia para facilitar essa ocorrência. Porém, infelizmente, quase todos os casos de feminicídio, ocorrem no ambiente familiar e nos casos específicos do Estado do Pará, quase a totalidade não existia medida protetiva decretada e nenhum registro de ocorrência, o que dificulta a ação policial e demonstra a necessidade de que toda a população possa estar consciente do seu dever e da sua obrigação de comunicar qualquer fato dessa natureza, até porque a segurança pública nem sempre pode monitorar esse tipo de crime que ocorre normalmente em ambiente familiar”, finalizou. 

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