Servidores públicos compartilham suas vivências para a transformação da sociedade

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Vidas que se entrelaçam no exercício do serviço público. Conheça as histórias de três servidores do estado do Pará que contam como as funções que desempenham contribuem para transformar a vida das pessoas e refletem também em mudanças pessoais.

Cássio Miranda é assistente administrativo na Usina da Paz Marituba e, há seis meses, atua no atendimento à comunidade.  “Eu fiquei muito feliz porque foi uma oportunidade ímpar estar trabalhando dentro de um projeto do Governo. Estou aprendendo um olhar mais de humanidade, ter contato com as pessoas, entender um pouquinho a história delas e de alguma forma tentar ajudar com a máquina pública, com o Estado, dando a garantia dos direitos para essa população”, afirma o jovem.

Cassio Renan é assistente administrativo na Usina da Paz Nova União, em MaritubaFoto: Pedro Guerreiro / Ag. ParáConhecer a realidade de cada beneficiado cria um vínculo entre quem está ali para servir e quem recebe o serviço. “Meu papel aqui não é só ser mais um servidor, é fazer a diferença. É trabalhar com respeito e compromisso de atender as pessoas. A gente sabe que não vai resolver a vida de todo mundo, porque são muitos problemas, mas se puder de alguma forma tentar solucionar ou dar uma luz para essa pessoa, ou acho que a gente já ganhou o dia e já fez muito pela vida daquela família, daquela criança”, desabafa.

Foto: Pedro Guerreiro / Ag. Pará

Nascimento humanizado – Na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, a enfermeira obstétrica Lilian Pinheiro já perdeu as contas de quantos partos já auxiliou, desde 1995, quando conquistou o seu primeiro emprego ainda como servidora temporária. Dez anos depois, ela passou no concurso público da instituição e continuou a servir em momentos importantes das famílias.

Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará“Enfermagem é servir. Desde quando eu entrei na Santa Casa, sempre tive em mente que ia é servir as pessoas da melhor forma possível, principalmente a grávida, a criança, a família que se transforma com o nascimento do bebê. A gente observa o vínculo de família aqui dentro, o protagonismo da mulher na cena do parto. A questão de como ela vai querer ter o bebê. Isso é muito importante”, comenta.

Ao longo de 27 anos, várias histórias já foram vivenciadas como as inúmeras escolhas de nomes, por exemplo.  “Teve uma situação que me chamou bem atenção quando eu era mais nova, depois de um parto, no outro dia a família veio conhecer a criança e fez questão de apresentar cada membro, conheci pai e mãe da moça, o marido, o outro filhinho”, lembra.

Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará

Segurança – Integrante da Companhia Independente Especial de Polícia Assistencial (Ciepas) da Polícia Militar, cabo Tadeu faz parte da corporação desde 2014 e desde então se dedica ao atendimento de grupos vulneráveis, como idosos, crianças e mulheres – em especial às vítimas de violência doméstica.

Um enfoque relacionado à defesa social, uma das atribuições da Polícia Militar. “A sociedade geralmente tem aquela visão mais de repressão, mas a Ciepas vem mostrar um trabalho que vai muito mais além de combater a criminalidade. No caso da patrulha Maria da Penha nós trabalhamos muito com a prevenção, com mulheres que já têm uma medida protetiva e trabalhamos fazendo visitas, acompanhando para impedir que venha acontecer algo de pior”, comenta o policial.

Bruno Tadeu atua na Companhia Independente Especial de Polícia Assistencial (Ciepas) da Polícia MilitarFoto: Bruno Cecim / Ag.ParáO trabalho preventivo fortalece a diminuição da criminalidade e aumenta a confiança da comunidade sobre a importância de denunciar os agressores, quando uma mulher repassa para a outra que o serviço prestado realmente é eficaz.

No funcionalismo público, o cabo Tadeu já encontrou situações muito delicadas e fica feliz quando vê a reconstrução da vida de pessoas atendidas. “Lembro muito de uma vítima que estava sofrendo há quase 20 anos violência doméstica, desde a gravidez até o final da adolescência dos seus filhos. Quando foi apresentada à patrulha Maria da Penha, ela conseguiu se livrar desse ciclo. Era uma mulher que estava sem perspectiva nenhuma. É numa situação de vulnerabilidade muito grande e hoje ela tem um restaurante, conseguiu seguir a vida dela”, compartilha.

Foto: Bruno Cecim / Ag.ParáPara o cabo, exercer o serviço público significa ter comprometimento para trabalhar com pessoas. “É fundamental ter uma boa escuta, estar sempre bem disposto para ajudar o próximo, nós trabalhamos com um público muito diferenciado. Então a gente tem que estar bem preparado e seguir isso como um sacerdócio, ser servidor público é um sacerdócio. É abdicar de muitas coisas, da família, de casa, de finais de semana, de folga em prol de algo maior, que é proteger a sociedade”, acrescentou o agente.

Valorização – Em março deste ano, a Lei n° 9.500/2022 foi sancionada pelo governador Helder Barbalho permitindo o aumento salarial de 10,5% aos servidores ativos e inativos e de 33,24% aos professores da rede pública de ensino. A medida beneficia 150 mil servidores públicos ativos, inativos e pensionistas, além do aumento no valor do auxílio alimentação, em que a maioria passou de R$600 paraR$1.000.

As ações de valorização do serviço público incluem a nomeação de 8.431 novos servidores entre 2019 e 2022, em mais de 20 concursos públicos. O Governo do Estado prevê ainda 1.587 distribuídas em mais 12 certames previstos até 2023. Em outubro de 2022, a folha de pagamento do estado registra 108.106 servidores ativos.

Foto: Bruno Cecim / Ag.Pará

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