Ciro Gomes diz ter ‘absoluta certeza’ de que operação da PF foi ‘ordem de Bolsonaro’
O presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE) diz ter “absoluta certeza” de que a operação da Polícia Federal em sua residência e de seus irmãos Lucio e Cid Gomes teve a influência do presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal deflagrou operação na manhã desta quarta (15) contra supostos desvios de recursos públicos nas obras do estádio Castelão, no Ceará. A PF cumpre 14 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça.
“Eu tenho absoluta segurança de que é ordem de Bolsonaro, tal a violência e arbitrariedade”, afirmou ele à coluna. De acordo com Ciro Gomes, a origem do inquérito é uma delação premiada de “uma pessoa que diz na própria delação que nunca falou comigo”.
A colaboração foi feita por um executivo de uma empreiteira, a Galvão Engenharia, que participou de concorrência para reformar o estádio do Castelão, que sediou partidas da Copa do Mundo de 2014.
Ciro afirma que a concorrência foi vencida por quem ofereceu o menor preço. “Soube agora por meus advogados que o custo do assento do Castelão foi o mais barato do mundo desde 2002, de todas as Copas do Mundo. Pode investigar isso”, diz ele.
O pedetista observa ainda que foi arrolado como agente público, sendo que não exerce cargos públicos desde 2010, quando cumpriu mandato de deputado federal.
Além disso, já se passaram sete anos desde a Copa. E só agora, com a campanha pela sucessão de Bolsonaro em curso, a operação foi desencadeada. “É completamente aberrante e calunioso. Vou processar todos os envolvidos”, afirma ele.
Nas redes sociais, Ciro escreveu: “Até esta manhã eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade.”
Segundo Ciro, a operação “tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos” à sua pré-candidatura à Presidência. “O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim.”
“O pretexto era de recolher supostas provas de um suposto esquema de favorecimento a uma empresa na licitação das obras do Estádio do Castelão para a Copa do Mundo de 2014. Chega a ser pitoresco”, seguiu Ciro pelas redes sociais.
“O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo.”
“Mas não é isso. E sejamos claros. Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionado com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que nunca me encontrou. Tenho 40 anos de vida pública e nunca fui acusado nem processado por corrupção”, disse Ciro.