Ronnie Lessa recebeu depósito de R$ 100 mil em dinheiro sete meses após as mortes de Marielle e Anderson

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O policial reformado Ronnie Lessa, preso acusado de ser um dos executores da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, recebeu um depósito de R$ 100 mil em dinheiro em sua conta bancária quase sete meses após o crime.

A descoberta foi feita pelos policiais da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e a Lavagem de Dinheiro, da Polícia Civil do Rio, e promotores do Ministério Público estadual (MPRJ).

De acordo com o delegado Leonardo Borges, a investigação sobre a movimentação financeira de Ronnie Lessa foi considerada complexa.

“Somente em dinheiro vivo passou pela conta dele algo em torno de R$ 1,6 milhão no período investigado, o que nos levou a pedir o sequestro de bens deste indivíduo”, afirmou Borges ao g1.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos em 18 de março de 2018. Em 9 de outubro daquele ano, os R$ 100 mil em dinheiro foram depositados na conta de Lessa. Não se tem a origem ou quem realizou o depósito.

Em 2018, segundo a polícia, foi o ano em que houve mais créditos na conta bancária de Lessa: R$ 568,2 mil. A maior parte em dinheiro.

Nesta quinta-feira (14), Lessa e a mulher Elaine Pereira Lessa tiveram novas prisões decretadas pelo crime de lavagem de dinheiro. Ambos já estão presos.

Justiça determina prisão preventiva do ex-PM Ronnie Lessa e esposa por lavagem de dinheiro

O PM reformado movimentou na conta quantias de dinheiro incompatíveis com o que ele recebia. Os mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Especializada da Capital.

A pedido da polícia e do MP houve quebras de sigilo bancário de Lessa entre os anos de 2014 e 2019. Pelas contas dele passaram algo em torno de R$ 1,6 milhão de créditos em dinheiro.

De acordo com o inquérito, Lessa praticou três crimes de lavagem de dinheiro:

  • Ocultação de imóvel na Avenida Lúcio Costa;
  • Ocultação de uma lancha, modelo Real 330 Special Edition
  • Ocultação da posse de R$ 50 mil em dinheiro apreendidos em 12/3/2019.

Na análise da documentação, a polícia não encontrou informações que justifiquem a movimentação desses valores por suas contas. Tanto de créditos como de débitos.

Tanto em 2015 como em 2018, Lessa, segundo a polícia, não declarou bens e tampouco dívidas/ônus reais na documentação encaminhada a Receita Federal.

Entretanto, no dossiê, os investigadores descobriram que Lessa adquiriu um imóvel, em 2015, no valor de R$ 600 mil, com pagamento à vista. A renda dele neste período era estimada em R$ 74,8 mil.

Já em 2018, ano da morte de Marielle e Anderson, Ronnie Lessa adquiriu outro imóvel no valor de R$ 432,1 mil, com participação de 50%. Neste ano, a renda líquida estimada foi de R$ 103,4 mil.

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