Sambista Nelson Sargento morre no Rio aos 96 anos

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Morreu nesta quinta-feira (27), o sambista Nelson Sargento, aos 96 anos, presidente de honra da Mangueira e autor de sucessos como ‘Agoniza, mas não morre’.

Sargento foi diagnosticado com o novo coronavírus na última sexta-feira (21), quando foi internado.

No dia 26 de fevereiro, o compositor da Mangueira recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em casa. Além da idade avançada, Nelson sofreu com um câncer de próstata anos atrás.

Grande representante do samba, Nelson Sargento foi cantor, compositor, pesquisador, artista plástico, ator e escritor.

Em seu último aniversário, quando completou 96 anos, Sargento recebeu homenagens de grandes nomes da cultura popular em um vídeo com votos de felicidade.

Artistas como Mar’tnália, Alcione, Paulinho da Viola, Preta Gil, Tia Surica, Monarco, Regina Casé e Estevão Ciavatta cantaram, cada um em sua casa, o samba ‘Agoniza mas não morre’.

A carreira de Nelson

Nascido em 25 de julho de 1924, na Praça 15, região central do Rio de Janeiro, Nelson Mattos ganhou o apelido de Nelson Sargento depois de uma rápida passagem pelo Exército.

Foi ainda na adolescência que ele despontou na música. Mas foi apenas com 31 anos que o torcedor do Vasco da Gama compôs seu primeiro trabalho de sucesso.

Ao lado de Alfredo Português, em 1955, Sargento escreveu ‘Primavera’, samba-enredo que também ficou conhecido como ‘As quatro estações’. Até hoje, muitos consideram um dos sambas mais bonitos de todos os tempos.

Nos anos 60, Sargento integrou o grupo A Voz do Morro, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Kéti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho.

Entre seus parceiros de composição musical, estão Cartola, Carlos Cachaça, Darcy da Mangueira, João de Aquino, Pedro Amorim, Daniel Gonzaga e Rô Fonseca.

Entre os grandes sambas feitos por ele estão:

  • Agoniza, mas não morre;
  • Cântico à natureza;
  • Encanto da paisagem;
  • Falso amor sincero;
  • Século do samba;
  • Acabou meu sossego.

O mestre do samba ainda escreveu os livros “Prisioneiro do Mundo” e “Um certo Geraldo Pereira”.

No cinema, ele atuou nos filmes “O Primeiro Dia”, de Walter Salles e Daniela Thomas, “Orfeu”, de Cacá Diegues, e “Nélson Sargento da Mangueira” de Estêvão Pantoja. Esse último rendeu ao sambista o prêmio Kikito, no Festival de Gramado, pela melhor trilha sonora entre os filmes de curta metragem.

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