Militares veem Braga Netto ‘desgastado e a serviço’ de Bolsonaro, além de ‘pacificação difícil’ no Exército
Militares — de dentro e de fora do governo — veem Braga Netto à frente do Ministério da Defesa como uma gestão “a serviço’’ do presidente Jair Bolsonaro. Isso significa, nas palavras de um general de quatro estrelas ouvido pelo blog, que militares não acreditam em uma pacificação no Exército e, sim, no acirramento da crise criada pelo presidente com o comando da força.
Braga Netto sempre teve perfil discreto na Casa Civil, mas, na Defesa, o cenário vislumbrado por militares ouvidos pelo blog é que ele aja como um “soldado de Bolsonaro”, atendendo aos desejos do presidente e politizando a sua gestão, cobrando, por exemplo, apoio também do chefe do Exército ao governo.
Essa avaliação já foi repassada por militares a integrantes do governo federal. Já no Planalto a avaliação é a de que Braga Neto foi escolhido exatamente para atender aos pleitos de Bolsonaro — e não terá problemas em fazer manifestações de apoio ao presidente, como chefe das Forças Armadas. Mas assessores do presidente veem potencial para a crise se agravar com o Exército se o apelo não só for estendido aos comandantes como se houver cobranças por isso.
A expectativa do governo é a de que o militar que for escolhido para o Exército precisa estar “alinhado” ao presidente da República e, por “gratidão” à escolha, pode sim atender a demandas do Executivo. Um general da reserva afirmou ao blog que “isso que Bolsonaro quer não tem general com poder que tope fazer”. Ele se refere, principalmente, às manifestações de apoio do Exército ao governo.
Há uma movimentação no Congresso para pressionar Braga Netto a se posicionar a respeito da politização. Nesta terça-feira (30), em seu primeiro ato à frente da Defesa, ele divulgou uma nota dizendo que o movimento de 1964 é “parte da trajetória histórica do Brasil” e que “assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março”.