German e José Efromovich são presos em nova fase da Lava Jato que investiga contratos da Transpetro
Os empresários German Efromovich e Jose Efromovich foram presos, em São Paulo, na 72ª Fase da Operação Lava Jato, realizada na manhã desta quarta-feira (19).
Eles são irmãos e donos estaleiro Eisa – Estaleiro Ilha S.A. Família Efromovich é controladora da Avianca Holdings, mas a companhia não é citada nas investigações.
Seis mandados de busca e apreensão também estão sendo cumpridos em Alagoas e no Rio de Janeiro.
As investigações da atual fase apontam o envolvimento dos dois empresários em esquemas de corrupção na Transpetro envolvendo contratos de construção de navios firmados pela estatal com o estaleiro Eisa.
A organização criminosa, segundo o Ministério Público Federal (MPF), fraudava o caráter competitivo das licitações pagando propina no valor de R$ 40 milhões a altos executivos da Petrobras e empresas como a Transpetro.
Um dos funcionários que recebeu o valor ilícito é Sérgio Machado, segundo o MPF, que, à época, era o então presidente da estatal.
Uma apuração interna da Transpetro, conforme as investigações, indica que a atuação dos executivos do estaleiro Eisa junto a Sérgio Machado causou prejuízos de mais de R$ 611 milhões à Transpetro, em razão da entrega irregular de um dos navios Panamax encomendados, da não entrega dos outros três navios, de dívida trabalhista, e ainda de adiantamento de recursos da Transpetro ao Eisa.
A suspeita da força-tarefa é que o estaleiro teria sido contratado por R$ 857 milhões para fornecer navios.
As ordens judiciais foram expedidas pela 13ª Vara Federal em Curitiba, e a operação foi batizada de “Navegar é Preciso”.
O G1 tenta contato com a defesa dos citados da reportagem.
PF cumpre mandados contra alvos suspeitos de fraude em licitações da Transpetro em Maceió — Foto: Divulgação/PF
O esquema de corrupção e lavagem de dinheiro funcionava, segundo a PF, através da celebração de contratos de compra e venda de navios feitos pela Transpetro com o estaleiro através do Programa do Governo Federal para a reestruturação da indústria naval brasileira, conhecido como Promef.
Ainda conforme as investigações, a contratação teria sido feita desconsiderando estudos de consultorias que apontavam que o estaleiro não teria as condições técnicas e financeiras adequadas para a construção dos referidos navios.
Disfarce
O pagamento de propina ao então executivo da Transpetro, segundo a PF, teria sido disfarçado através de um contrato falso de investimento em uma empresa estrangeira, que previa o pagamento de uma multa de R$ 28 milhões, em caso de cancelamento do aporte.
O contrato foi feito entre uma empresa do grupo dos investigados relacionados ao estaleiro e uma empresa ligada ao executivo da Transpetro. A remessa dos valores da vantagem indevida teria sido feita por meio de várias transferências, através de contas bancárias no exterior.